Quando tudo o resto falta, a tristeza também enche. Uma carência que me bate a dias incertos, sem aviso nem razão. 

Passa sem deixar vestígios, como um ataque de ansiedade no meio do trânsito, ou uma dor de barriga antes de um exame qualquer.

Aguento-me aqui, mas o que me apetecia era ir ao teu encontro, sem nada para dizer, só para te ver, que tenho saudades.

São repentes em que precisava ver-te por dentro, perceber se o teu poço é mais fundo do que o meu.

Tenho medo da verdade, sabes? Tenho medo da verdade da tua felicidade, tenho medo da verdade de ver nos teus olhos que não sou ninguém. A verdade de nunca ter sido o que querias que eu fosse. A verdade da razão de eu estar aqui a escrever e tu desse lado a ler.

Tenho o coração aos pulos, como se de repente me apaixonasse, porque tudo de ti vem ao de cima, porque não consigo explicar este turbilhão de emoções.

Porque uma música me faz voar até ti. Porque as palavras ecoam na minha cabeça e lembro-me de ti. Lembro-me do teu carro e das músicas que insistias para eu ouvir. E sinceramente... acho que não ouvia nada... porque só a tua voz e a tua boca me interessavam. Porque podiam existir centenas de pessoas, sons à nossa volta, mas tudo em mim chamava por ti, tudo em ti me atraía, como um íman. Sem saber eu que devia ter usado protecção, devia ter vestido uma camisa de forças e ter ficado quieta, sem nunca te ter mandado aquela mensagem no dia em jogava o nosso Benfica...

Adoro-te. Sempre. Para sempre.

Beijo T.